quarta-feira, 2 de novembro de 2011

NOVO DIESEL PARA MOTORES EURO V

MUDANÇA NOS MOTORES DIESEL
Os motores fabricados no Brasil utiliza o padrão Euro III, padrão esse que há cinco anos não é mais utilizado nos países Europeus. À partir de janeiro de 2012 os motores diesel terão que atender à NORMA PROCONV P7 EURO V, como controle de emissão de poluentes. Com esse novo sistema, será reduzida a emissão de material particulado em 80% e a de Oxido de nitrogênio, o NOx, em 60%. Mas para se chegar a esses níveis de redução, algumas modificações se farão necessárias.
AS ALTERAÇÕES E A NOVA TECNOLOGIA
Hoje, o diesel comercializado no Brasil é o S500 e S1800, combustíveis com alto teor de enxofre, 500 e 1800 partes por milhão (PPM) respectivamente. Para que os novos motores Euro V funcione, é necessário que o diesel seja o S50 e futuramente S10, ou seja, haverá uma redução drástica de 500 e 800 para apenas 50 e 10 PPM, respectivamente. O novo combustível deve ter um valor mais alto e uma bomba separada nos postos. Importante salientar que o diesel tradicional continuará sendo comercializado.
Segundo informações do gerente de Desenvolvimento de motores da Mercedes-Benz, Gilberto Leal, esse novo combustível, aliado às mudanças feitas no motor, promove uma queima melhor, que gerará uma economia de 3% a 8%. Essa queima mais eficiente fará com que caia a níveis próximos de zero o material particulado que sobra, proporcionando benefícios para o ar que respiramos e também para o óleo lubrificante, o qual acumulará menos, podendo por conseguinte ter maior intervalo de troca. O problema é que essa queima maior gera mais calor e com mais calor aumenta a produção do outro componente responsável pela poluição, o Óxido de Nitrogênio (NOx).
Dai, surge segunda grande mudança do Euro V, a necessidade do ARLA32, também conhecido popularmente como URÉIA. O ARLA 32 será armazenado em um tanque separado, assim como o diesel. Depois que o NOx sair do motor, ele passará por uma espécie de câmara, onde sensores verificarão o nível de NOx e injetarão a quantidade necessária de ARLA32 para quebrar essa substância, que ao reagir liberará no escapamento apenas nitrogênio puro e vapor de água.
Mesmo os caminhões mais antigos, como o Euro I, II e III, que são a maior parte da frota, podem se beneficiar com as mudanças. Ainda segundo Leal, não há como adaptar os caminhões já produzidos para que utilizem ARLA32, mas ao abastecer com o diesel S50, as emissões já diminuiriam em até 27%.
O CUSTO
Infelizmente, um produto que agrega mais tecnologia, tem também um preço maior. Segundo informações da Volvo, os caminhões Euro V terão um incremento em torno de 20% no preço. Já o vice-presidente da fabricante de motores Cummins, Luis Pasquotto, diz que esse aumento deverá ser repassado aos poucos, pois no princípio a margem de lucro das empresas absorverá uma parte desse valor.
Além disso, o diesel S50 também deve ter um valor mais alto que o convencional e agora passa a ser necessário o abastecimento também do ARLA32, que, especula-se, deve chegar ao mercado a 50% do preço do diesel, em uma proporção de 95% diesel, 5% ARLA32. Mas esses custos devem ser compensados ao longo da vida útil do caminhão devido a menor manutenção.
OS RISCOS
Mas para que toda essa tecnologia funcione, tanto o combustível quanto o ARLA32 precisam estar disponíveis no mercado. Nos primeiros meses ele será distribuído nas principais capitais e rotas e em quantidades pequenas.
Já o ARLA 32, por não depender da Petrobrás, representa um risco menor. Muitas empresas têm a intenção de fabricá-lo, entre elas a Cummins e MWM, que já fornece o produto para os testes de algumas montadoras. A intenção é que o fluido esteja disponível em uma bomba do posto assim como o combustível, mas enquanto isso não acontecer, muitas montadoras vão disponibilizá-lo em suas concessionárias e a Cummins, por exemplo, irá fornecer desde tonéis de 5 mil litros, até galões de 4 litros, que o motorista poderá transportar como reserva em sua cabine, já que o ARLA32 não é tóxico nem inflamável.
Agora a peça chave para fazer tudo isso funcionar é, mais uma vez, o motorista, pois de nada adiantará toda a tecnologia e todo o custo, se o operador do veículo não tiver consciência da necessidade e importância de abastecê-lo corretamente. Para diminuir o risco de o motorista colocar fluidos não recomendados, o sistema avisa quando os níveis de emissão estão muito altos, seja por falta de ARLA32 ou de S50, se isso não for corrigido em 48h de funcionamento, o sistema tira 40% do torque do motor. Por isso parceiro, quando você tiver um Euro V nas mãos, ajude o mundo a respirar fundo tranquilamente.
USE ESSA TECNOLOGIA EM FAVOR DE UM MEIO AMBIENTE MAIS PURO!
Daniel Isaias

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