sábado, 17 de dezembro de 2011

NOVOS SISTEMAS DE EMISSÃO DE GASES

NOVOS SISTEMAS DE EMISSÃO DE GASES
Muito se fala sobre emissões poluentes provenientes de motores de automóveis e o programa de controle de poluição do ar, o Proconve. Mas, e os caminhões? Após várias fases do programa, os índices de emissões foram reduzidos, ajudando a não piorar demais a qualidade do ar atmosférico, e em 2012 a sétima fase do Proconve aperta o cerco dos motores movidos a diesel, visando, prioritariamente, reduzir o material particulado lançado no ar por ônibus e caminhões. Os novos valores são tão baixos que os motores a diesel atuais não têm como atender a legislação sem que sejam utilizadas novas tecnologias de pós-tratamento de gases expelidos. Isso exigiu, também, a utilização de um novo combustível, um óleo diesel com menor teor de enxofre.
Para reduzir em 60% o índice de emissão de óxido de nitrogênio (NOx) e 80% o material particulado (fuligem), há duas novas tecnologias de tratamento de gases, a SCR – Selective Catalityc Reduction – e a EGR – Exhaust Gas Recirculation. Cada fabricante optou por uma dessas tecnologias, ou mesmo as duas, para aplicar em seus veículos que serão comercializados a partir de janeiro de 2012. Para monitorar o perfeito funcionamento dos novos motores, o OBD, On Board Diagnosis, passa a ser obrigatório nos veículos P7.

Novo combustível para os novos motores
Os sistemas pós-tratamento de emissões poluentes são sensíveis ao enxofre, elemento presente em grande quantidade na composição do óleo diesel atual (1 800 ppm – partes por milhão – no interior do país e 500 ppm nos grandes centros urbanos). Por esse motivo, os novos motores que utilizam os sistema EGR ou SCR exigem a utilização de um novo combustível, o diesel S50, com apenas 50 ppm de enxofre. Mas essa concentração será ainda menor, já que o S10, óleo diesel utilizado obrigatoriamente a partir de 2013, terá apenas 10 ppm de enxofre em sua composição. Os motores anteriores à legislação Proconve P7 também poderão usar tanto o S50 quanto o S10.

Selective Catalityc Reduction
Uma das formas de se reduzir o óxido de nitrogênio (NOx) dos gases emitidos pelo escapamento dos motores a diesel é fazê-lo reagir quimicamente com o ar para transformá-lo em nitrogênio (N2) e vapor d´água (H2O), ambos não agressivos ao meio ambiente. Para isso o sistema SCR, sigla de Redução Catalítica Seletiva, necessita de um catalisador especial, no interior do qual ocorre uma reação acelerada por uma susbtância adicional, o Arla 32. Arla é a sigla de Agente Redutor Líquido Automotivo, composto de uréia diluida a 32% em água desmineralizada.
O Arla 32 deverá ser pulverizado no escapamento antes do catalisador, proveniente de um tanque especial para essa susbstância. Obviamente o motorista deverá manter o tanque de Arla 32 abastecido, para que o sistema sempre funcione adequadamente. Na falta do Arla 32 o motor emitirá poluentes acima do permitido pelo Proconve P7, ao mesmo tempo em que o sistema ODB no painel do veículo informa a falha ao motorista. O consumo de Arla 32 é de cerca de 5% do consumo de óleo diesel.

On Board Diagnosis
Para total controle de falhas decorrentes do tratamento dos gases de escapamento, o ODB – On Board Diagnosis – é um equipamento obrigatório em todos os caminhões e ônibus a partir de 2012. Ele alerta o motorista sempre que as emissões, por qualquer motivo, fiquem acima dos índices máximos permitidos pelo Proconve P7.
Exhaust Gas Recirculation
O outro sistema de redução de poluentes para motores diesel é o EGR, que é a sigla em inglês para Recirculação dos Gases de Escapamento. O EGR é mais simples que o SCR, consistindo em um tubo ligando o coletor de escapamento ao coletor de admissão. Dessa forma os gases que não forem totalmente queimados podem passar novamente pela câmara de combustão para completar o ciclo, reduzindo a emissão do óxido de nitrgênio NOx.
Uma válvula eletrônica controla a passagem desses gases, acionada por sensor de NOx instalado no escapamento, após o catalisador oxidante comum. Para perfeito funcionamento do sistema EGR são necessários dois equipamentos auxiliares, um refrigerador dos gases de escape, que aumenta a sua densidade e reduz as perdas de energia, e um filtro de DPF, que complementa a redução do material particulado.

Arla 32, o agente reativo
A partir de 2012, os motoristas de ônibus e caminhões que têm o sistema SCR de redução de óxido de nitrogênio deverão se preocupar em encher mais um tanque, o do Arla 32. Composto de uma solução de 32% de uréia, cuja fórmula é NH3, essa substãncia, injetada no escapamento, reage com o NOx, no interior do catalisador, resultando em gás nitrogênio (N2) e água (H2O).
O Arla 32 não tem cheiro, não é inofensivo, não irrita a pele e não é explosivo, podendo ser manuseado sem problemas. Só não pode ser armazenado em recipientes metálicos pois, sendo um componente redutor, estes podem enferrujar. Caso não haja Arla 32 no tanque apropriado, o motor perde até 40% de seu torque, avisado ao motorista eletronicamente pelo sistema OBD.

TEREMOS DIESEL S50??
Na última semana a PETROBRÁS DISTRIBUIDORA, informou que à partir de 01.01.2012, cerca de 900 postos de abastecimento estarão distribuíndo o DIESEL S50 e o ARLA 32, garantindo assim o abastecimento nas principais cidades.
Aí vem a pergunta: Como ficará o abastecimento nas cidades do interior?? Nossos caminhões e ônibus terão que parar?? Esperamos que esse impasse seja solucionado; esperamos que o Governo adote as medidas cabíveis, visando garantir aos brasileiros o abastecimento do novo combustível.

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